domingo, 4 de agosto de 2013

Aah teatro!!

Às vezes me pego sentindo uma falta imensa do teatro. Eu não era a melhor atriz, nem de longe. Mas teatro é mais do que isso. Muito mais. Eu sinto falta dos ensaios onde a gente sentava no chão e passava horas tentando decorar as falas. Onde fazíamos improvisos para testar a união do grupo. Até onde a gente conseguia salvar o outro se algo desse errado no meio da apresentação. Sinto falta da risada solta quando tinha que dar um tapa de mentira, mas ele saia forte demais. Ou quando nossa professora contava alguma historia com aquela alegria, aquela vivacidade que só ela tem. Sinto falta do dia da apresentação. Desde as 7 da manha até as 22 da noite na escola. Ensaiando. Comendo um salgado, se a ansiedade deixasse. Falta dos bastidores onde cada um tinha sua rotina. A minha era andar em círculos! Lembro de um colega que ouvia musica até a hora de entrar. Outra colega sentava no chão e abraça os joelhos. Sinto falta da nossa roda antes do publico entrar. Onde rezávamos e desejávamos merda e pernas quebradas! Mas o momento mágico, aquele que faz você se arrepiar de verdade é quando você entra no palco. Você não vê o publico, apenas uma forte luz. Mas você os sente lá, olhando, te avaliando. Só que pra você nada mais importa. O frio na barriga sumiu assim que você pisou no palco. Agora é só você e seus colegas de volta na sala de ensaio. E você não se importa se está indo mal ou bem. Porque você não é mais você, é um personagem que você criou em sua mente. Entende? Nada do que aconteça ali em cima importa. Não é você que esta ali. E a sensação de poder ser outra pessoa, viver outra historia, não precisar ter vergonha ou medo... É incrível! Então a cortina fecha e quando ela abre de novo você vê. Consegue ver toda a platéia. Você agradece os aplausos e se sente incrivelmente feliz por tudo ter terminado bem. Mas acima de tudo você sabe que nunca vai esquecer daquele momento. Tenho muitos momentos marcantes. Mas o que mais me marcou foi na peça ‘De amor’ onde o Leni cantou sua própria versão de ‘Águas de Março’. Lembro que mesmo ali em cima do palco, quando ele começou a cantar, você sabia...Simplesmente sabia, que todos ali estavam arrepiados com aquela voz, aquela magia que o teatro tem. Como eu sinto falta do teatro. O que foi no meu ensino médio minha alegria!

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