domingo, 19 de setembro de 2010

Tá tudo bem - Pedro Mariano

Hoje eu vou sair de cena
Me livrar da minha dor
Exorcizar
E lembrar que vale a pena
Rir de tudo, me benzer, escapar
Sem razao, sem pensar
Só viver sem ter hora pra chegar
Caminhar ao sol
Encontrar alguém
Me deixar levar
Se o meu dia for assim
tá tudo bem!!!
Enganei minha saudade
Com história que só eu sei inventar
Fantasiei a realidade
Não me importa onde isso tudo vai dar....
Sem razão, sem pensar
Só viver sem ter hora pra chegar
Caminhar ao sol
Encontrar alguem
E deixar levar
Se o meu dia for assim
Tá tudo bem!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Tempos de teatro

Um dos textos que eu tive que fazer no teatro. A peça chamava-se conspiração. Esse texto eu fazia sozinha no meio de uma roda, onde a iluminação assim com a atenção da platéia, era toda minha.

"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida a fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar."

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Desapego

Um texto, um livro, um bichinho de pelúcia. Tudo isso pode nos levar a lembrar de algum fato de nossa vida. Alguma fase que marcou para sempre, positivamente ou não. Por isso muitos não conseguem se desapegar de objetos assim.
Eu já sou o contrario. Quando quero recomeçar apago tudo, mudo de roupa, jogo fora tudo aquilo que não faz mais parte do meu presente. Não quer dizer que eu esqueci tudo o que passou, apenas que eu coloquei tudo aquilo em um lugar bem especial dentro de mim. Onde eu só tenho acesso quando é preciso lembrar, nos dias mais sombrios, tudo o que eu já passei pra chegar até aqui.
Na verdade, só consegui colocar isso em pratica ultimamente. Percebi que posso deitar a noite e lembrar de tudo o que já vivi. Em um fechar de olhos me lembro de tudo. Posso chorar e rir com minhas lembranças.
O melhor, ou pior, desse "poder" é que nem sempre eu posso escolher o que lembrar. Posso estar feliz e lembrar de algo triste e consequentemente ficar triste. Mas aprendi a grande e sutil diferença de estar triste e ser infeliz.
Não sou infeliz, apenas fico triste. E assim como consigo com certa facilidade me desapegar de objetos, me desapego também dessa tristeza. Por isso não tenho medo de mudar, de virar minha vida de ponta cabeça e ir colocando cada coisa de novo em seu lugar.
Tente, ao menos uma vez, apagar algo que você considera importante. Tentar guardar só em sua memória. Se você esquecer dela em alguns meses, eu te garanto, não era assim tão importante.