domingo, 6 de julho de 2014

Just run!

Tente entender se você puder e sentir se você quiser. Como é estar na minha pele. Tente ver pelos meus olhos, ouvir pelos meus ouvidos. Imagine os cheiros, as cores. Toque com suas mãos os sentimentos que se formam em sua frente. Se entregue e saiba como é o mundo através de mim.
Eu não sou como você, não sou como a maioria das pessoas. Nada para mim é simples. Nada para mim passa despercebido. Eu sinto muito mais, eu vejo muito mais eu penso muito mais. Eu vejo a vida em toda a sua beleza e feiura. E às vezes, isso me deixa louca. E às vezes, isso me deixa encantada.
Correr sempre foi minha válvula de escape. Minha saída de emergência. Único meio saudável de não enlouquecer dentro de mim mesma. Correr me tira da rotina, me tira do desespero de ficar entre quatro paredes vendo o tempo passar. Não sentir a vida me enlouquece mais do que senti-la demais. Talvez eu seja mesmo, um tanto quanto louca.
Mas é que quando você corre seu coração dispara, você perde o ar e é magico o que acontece a seguir. Nada dói, porque o vento que bate em seu rosto é delicioso. É como um velho amigo lhe dando boas vindas, dizendo que esta ali por você.
Tudo passa tão rápido ao seu redor que é impossível distinguir pessoas, casas, carros. Mas aquela flor lá na frente, aquela arvore com as folhas caindo, aquele pássaro no céu subindo e subindo, o cachorro correndo, eles ficam tão mais nítidos.
Assim com o cheiro de grama, da umidade no ar. Os últimos raios de sol batendo em sua pele, se despedindo. É como entrar em um mundo paralelo onde não tem dor, desespero, problemas, medos, ansiedade. Você leva seu corpo ao limite enquanto sua mente se desliga de coisas pequenas.
Talvez eu seja mesmo, um tanto quanto insana. Mas não é lindo? O mundo passando correndo ao nosso redor...