sábado, 29 de junho de 2013

Mundos e mundos

Talvez eu seja egocêntrica demais. Mas afirmo que vejo o mundo diferente das outras pessoas. Você pode não acreditar, mas eu duvido que você sinta as mesmas sensações que eu sinto. Ontem, por exemplo, eu resolvi quebrar toda a minha rotina e, perdoe-me à palavra, meter o foda-se. Ao invés de pegar o ônibus para o trabalho peguei o que ia para o centro da cidade. No caminho, sentindo o ônibus balançar, me sentindo isolada do mundo com meus fones de ouvido bem alto, me senti conectada ao mundo. Estranho não? Como eu posso falar que me isolei do mundo e me conectei á ele ao mesmo tempo? È porque naquele instante eu conseguia ver a canseira nos ombros daquela mulher provavelmente voltando do serviço. Consegui perceber o sono da estudante. Vi a felicidade de uma menina que parecia ver um mundo feliz. Senti o ódio daquele homem, sabe-se lá o porque. E a pressa da criança que pode não saber pra onde vai, mas quer chegar logo. Ao me fechar no som da musica me foquei apenas em ver e tentar entender o que eu estava vendo. Enquanto eu caminhava pelas pessoas me surpreendia com o movimento, a variedade de pessoas e sentimentos. Algumas felizes, outras tristes, outras com raiva e ainda outras apenas existindo. Acho tão triste isso. Passar por uma pessoa e sentir que ela apenas existe. Não demonstra sentimento nenhum por estar ali, apenas está. Mas quem sou eu pra saber o que ela sente não é mesmo. Quando entrei no sebo, pronto, o mundo lá fora não existia mais. Eu já não mais estava interessada em observar as pessoas. Minha felicidade estava ali, em encontrar um livro onde eu pudesse me transportar para outro mundo. Quando me sentei na praça para ler foi como se eu estivesse em paz com todos. Eu ouvia cada barulho, mas nenhum interferia em minha leitura. Quando eu leio tenho a incrível capacidade de me perder nas palavras, nas linhas, nas estrofes. Cada pagina é como uma terapia. Então estava na hora de ir encontrar o amor da minha vida. Pronto, outro mundo novamente. Nesse cada batida do meu coração, cada volta que meu estomago dava, era um sorriso que aparecia em meu rosto por saber que eu logo ia ter perto de mim minha maior felicidade. Naquele momento as pessoas, os livros, nada mais existia. Apenas aquela espera, que assim como a criança tem pressa, em ver o seu rosto. Entende o que eu quero dizer? Dentro desse mundo existe o meu mundo. E dentro do meu mundo existe vários outros mundos. Cada lugar me leva a uma sensação diferente. Eu posso estar sendo egocêntrica demais, mas eu sinto pena por nem todos ver o que eu vejo, sentir o que eu sinto, viajar de olhos abertos como eu viajo.

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